É um conceito surgido no século 19 e que hoje está completamente desacreditado. "A raça ariana seria supostamente a linhagem ‘mais pura’ dos seres humanos, constituída apenas por indivíduos altos, fortes, claros e inteligentes, representando assim, de acordo com critérios arbitrários, uma raça superior às demais", afirma o biólogo Danilo Vicensotto, da Universidade de São Paulo (USP). A palavra "ariano" deriva de arya ("nobre", em sânscrito) e serviu para denominar um povo de origem controversa. "Na verdade, os arianos não são uma raça, e sim um grupo lingüístico, mais conhecido como indo-europeu", diz o historiador Robert Rozett, da biblioteca Yad Vashem, em Israel.
Em meados do século 19, o diplomata e escritor francês conde de Gobineau propôs o conceito de "raça ariana", defendendo a superioridade dos brancos sobre negros, amarelos e semitas.
Gobineau classificava como "arianos" os povos nórdicos e germânicos, que para ele representavam o ápice da civilização, sendo responsáveis por todo o progresso da humanidade ao longo da história. As idéias do conde francês tiveram aceitação na Europa da época, em especial entre intelectuais alemães. Na Alemanha do século 20, o conceito foi assimilado pelo Partido Nazista e por seu líder Adolf Hitler, servindo de base para a política de extermínio de judeus e de outros "povos não-arianos". Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), porém, o conceito de Gobineau foi totalmente repudiado pelos antropólogos. "No campo biológico, as supostas qualidades da ‘raça ariana’ não fazem sentido. O próprio conceito de raça é equivocado. No século 19, acreditava-se que os seres humanos poderiam ser classificados em raças de acordo com sua característica física, mas na verdade o conceito de raça não pode ser aplicado aos humanos", afirma Danilo.
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